Guerras e Revoltas do Período Republicano
Enquanto período de transformações dos alicerces organizacionais do território, o curso do Brasil Império para o Brasil República, sendo este último o período concebido entre os anos de 1889 e 1930, foi bastante conturbado, envolvendo várias revoltas. Dentre as revoltas mais importantes temos:
- Revolta da Vacina;
- Revolta da Chibata;
- Contestado;
- Guerra de Canudos.
Fig. 1. Revolta da Chibata
Essa Revolta é datada entre os dias 22 e 27 de novembro do ano de 1910 e foi protagonizada por marinheiros que exigiam o fim dos castigos corpóreos, baixos salários e melhoria das condições de trabalho e alimentação oferecidas
O estopim do levante foi a punição dada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes de 250 chibatadas por agredir um cabo que o delatou por levar duas garrafas de cachaça para dentro do convés. Essa era uma das formas comuns de demonstrar para os outros marinheiros o que os aconteceria, caso as regras delimitadas pelos oficiais fossem desrespeitadas.
Recordando que esse momento encontra-se no contexto pós "abolição da escravidão", cabe lembrar que a maioria marcante dos marinheiros eram negros e pobres, enquanto os oficiais eram brancos e financeiramente abastados. Portanto, essas práticas disciplinares análogas à escravidão estão longe de serem coincidências, são, na realidade, símbolos da perpetuação da cultura escravagista, que visava marcar os negros, mostrando-lhes seu lugar naquela marinha e sociedade racistas.
Guerra de Canudos
Fig. 2 Arraial de Canudos
A Guerra de Canudos foi protagonizada entre um grupo de nordestinos resistentes e contrários a República, liderados pelo Antônio Conselheiro, famoso líder religioso e as forças militares que representavam o governo.
Aqui, a questões mais ativas para a revolta foram o descaso governamental para as camadas mais populares, que encontraram redenção nas visões e orientações religiosas de Conselheiro.
Revolta da Vacina
A revolta da vacina ocorreu em novembro de 1904, no contexto do
surto de varíola e da vacinação compulsória no Rio de Janeiro, que resultou em insatisfação popular, seguida de diversos atos de protestos, com vandalismo,
violência, que ao longo de 6 dias, teve o saldo de 31 mortes, e diversos outros feridos
e presos.
O ímpeto da recusa vem da falta de diálogo e informação oferecidos. Como visto no documento que descreve as falas na votação do senado federal, onde diversos políticos destacam a impossibilidade de entendimento das classes populares. Destaco a fala do senador e médico Alfredo Ellis defendendo a obrigatoriedade:
"— Essa medida, naturalmente, deve ser obrigatória não para as classes pensantes, porque estas não precisam de semelhante medida, mas para as classes ignorantes, para os que não leem, porque, se não forem obrigatórias a vacinação e a revacinação, não aceitarão a medida. Por que razão dá-se um remédio amargo a uma criança? A criança não compreende a necessidade que há, o valor do medicamento, a razão de sua aplicação."Fonte: Agência Senado
Nesse mesmo momento, o senador Lauro Sodré se aproveitava e preparava um
golpe de Estado para implantar uma ditadura militar ao estilo florianista.
Devido a isso, o congresso declarou Estado de Sítio, onde o governo ganha
maiores poderes, de forma que puniu muitos dos envolvidos no levante, bem como
mandou diversas outras pessoas para o Acre, sem julgamento prévio.
A lei da vacina obrigatória foi mantida, mas o cumprimento perdeu sua rigidez. Com o aumento de número de casos e mortes, a população tornou-se mais aberta à vacinação
Fonte: Agência Senado
Referências: https://atlas.fgv.br/verbetes/revolta-da-vacina
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/interesses-politicos-e-descaso-social-alimentaram-revolta-da-vacina
A última parte está ilegível.
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